sábado, 2 de maio de 2009

O efeito de estufa na atmosfera e os gases de estufa

Perdoem-me os mais sabedores se disser algo impreciso, mas gostaria de relembrar os conceitos de gases de estufa e de efeito de estufa:

A radiação solar chega à terra, penetrando na atmosfera; uma parte dela é reflectida para o espaço pelas nuvens e poeiras; outra parte, é absorvida pelas nuvens, pela atmosfera e vapor de água; outra ainda, é absorvida pela superfície terrestre e oceanos; parte desta última, a Terra devolve para fora, para o espaço, atravessando a atmosfera, sob a forma de radiação de infra-vermelhos; mas uma parte desta irradiação da terra, é absorvida pela atmosfera, pelas nuvens e pelos chamados gases de estufa.

Há certos gases na atmosfera que captam parte desta radiação infra-vermelha, armazenando calor na atmosfera. Isto é o efeito de estufa. E o efeito de estufa é necessário para a vida na Terra, pois se não existisse, em vez de a atmosfera terrestre ter uma temperatura média de 15ºC, a mesma seria de -18ºC.

A atmosfera é composta por vários gases, sendo os seus maiores componentes o azoto (N2 - cerca de 78%) e o oxigénio (O2 - cerca de 21%). Estes dois gases, devido a uma estrutura molecular simples, composta por apenas dois átomos iguais, não absorvem a radiação infra-vermelha que a terra emite, e por isso, não a fazem aquecer.

No restante 1%, muitos outros gases entram na composição da atmosfera, sendo o o árgon , gás monoatómico e inerte, o mais abundante (com uma concentração de cerca de 0,9%), e em quantidades muito menores, muitos outros gases.
Entre eles, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o dióxido de azoto (NO2) e os clorofluorocarbonos (conhecidos por CFCs, aqueles gases que iam dando cabo da camada protectora de ozono), que têm estruturas moleculares mais complexas e que, por isso são capazes de absorver a radiação infra-vermelha, aquecendo a atmosfera.
São estes os principais gases de estufa, e a contribuição de cada um deles para o efeito de estufa da atmosfera depende de duas coisas: da sua concentração, e da sua capacidade intrínseca de absorver a radiação.

O dióxido de carbono é o maior contribuidor devido à sua elevada concentração, 0,038% ou 380 ppm (1 ppm= 1 parte por milhão), e que participa em 63% para o efeito de estufa. A seguir, vem o metano, com uma elevadíssima capacidade de absorção da radiação, que faz com que, com uma concentração de apenas 1,77 ppm (0,000177%), tenha uma contribuição em 18% para o efeito de estufa.

Mas, apesar de o efeito de estufa ser um fenómeno potenciador da vida na Terra, o forte aumento da concentração de gases de estufa na atmosfera, que vem acontecendo desde o início da revolução industrial, está a gerar graves desequilíbrios no clima.

A quantidade de gases de estufa libertada anualmente para a atmosfera pelas actividades humanas é demasiado elevada: só no ano de 2006 (último que se conhecem dados), as actividades humanas libertaram 31 gigatoneladas de CO2 (31 mil milhões de toneladas) para a atmosfera. O aumento é assustador: em 1970 esta emissão era de 15 gigatoneladas de CO2, e em 2002 de 26 gigatoneladas.

Assim, aumentando o efeito de estufa, aumenta a temperatura média, o clima muda e os ecossistemas tentam adaptar-se, mas há cada vez maior número espécies extintas ou em riscos de extinção, cada vez maior probabilidade de furacões, tufões, de chuvas que provocam cheias e desmoronamentos, de secas em determinadas regiões, de incêndios florestais, de propagação de doenças contagiosas, de pobreza e miséria, de migrações de pessoas, ... ... ...

(Fontes: Robert Henson: "Alterações Climáticas - Rough Guide", SEED - Schlumberger Excellence In Educational Development)

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