Quem quer votos, recorre ao photoshop! Maravilha!
Sim somos apologistas das energias renováveis, mas sejamos realistas, por muito que este Governo tenha feito, ou possa vir a fazer, nunca ultrapassarão os 15% dos gastos totais energéticos do País. Somos um dos Países mais dependentes, no campo energético, da Europa, já para não falar de tudo o resto.
Falemos então de poupança e de alternativas, ao mesmo tempo.
Segundo Carmen Lima, da Quercus, 1 litro de óleo polui 10.000 litros de água, quer seja depositado directamente nas condutas de esgoto, quer no aterro, alcança sempre os lençóis friáticos. Que fazer então, com os óleos usados, dos restaurantes e das famílias? refeitórios e cantinas? Reciclar; produto final- BIODÍESEL.
É viável em Portugal? Não! Porquê, se temos uma das melhores legislações da Europa, onde as directivas europeias definem os parâmetros?!
1º Mão de obra portuguesa
2º Produto (óleo) português
3º Contratos de longo prazo, o que evita o trabalho precário.
A atribuição de quotas em Portugal, está completamente ilegal, segundo Carmen Lima e o administrador da Iberol, João Rodrigues as quotas estão a ser atribuídas a empresas designadas, fantasma, que não têm contratos com a petrolífera e se tornam assim reféns desta; como a GALP é quem dita o preço de venda, os transformadores desistem e ficam com a quota sem produzir. Ou então a empresas que dizem: "nós produzimos o máximo". Isso é ilegal...
A Iberol pode produzir 150 milhões de litros e só vende à GALP, 70 milhões, pois é toda a sua quota. A Iberol, produz farinha de soja, para ração de animais. Neste processo é obrigada a não produzir mais, isto num processo contínuo de produção. Como as quotas estão ilegais, a Iberol recorreu ao Tribunal Administrativo de Loures, este mandou a Iberol para o Tribunal Fiscal e vice-versa. No meio disto tudo, há que recorrer ao Supremo Tribunal, que com providência cautelar, interposta há mais de um ano, ainda vai decidir de quem é a competência! É a tradicional Justiça portuguesa...
Apanhados nesta trama e numa tentativa ecológica desesperada, os Municípios puseram mãos à obra e começaram a recolha dos óleos usados, em oleões espalhados pelos vários concelhos, sendo pioneiro o Município de Sintra em 2003. Sucederam-se muitos outros e um exemplo espectacular é o de Paços de Ferreira, aqui ao lado, que resolveu distribuir bidões, aos miúdos do ensino básico. Um sucesso! em 3 meses triplicaram a recolha do ano anterior.
Mas como não há quotas, o BIODÍESEL proveniente é ilegal, até porque não serve os parâmetros de pureza, estipulados pelas normas europeias, os municípios usam este biodíesel apenas para as suas próprias frotas... Uma poupança!
A Iberol queria assinar protocolos com as autarquias disponíveis, mas de mãos atadas, pela própria Justiça, nada pode fazer... é que poderia refinar e vender legalmente o biodíesel. Nem o stock da própria produção pode vender!... Há um circuito clandestino, a sobreposição de empresas não regularizadas, ou mal regularizadas, sem normas de qualidade, ou fantasma, ás que estão legais ou poderiam vir a estar!
A AMI recebe uma percentagem por litro reciclado para ajuda humanitária; 1 milhão e 200 mil euros até agora, segundo Luís Lucas, desta ONG.
Agora o que não se admite, como diz João Rodrigues, Carmen Lima, Luís Lucas e eu, já agora, é que este combustível aproveitado pelos municípios, para as suas frotas tenha de pagar imposto como o IVA (5% para o gás e 20% para o biodíesel) e o ISP, este último, só para combustíveis fósseis. Ainda por cima considerado ilegal... então como é?! É ilegal e paga impostos?! isto tem nexo?! Só neste País!! Vai daí, o Município da Tocha, levou com uma coima monumental, por não pagar os impostos!
Nos outros Países, por motivos ecológicos, o BIODÍESEL é isento de carga fiscal.
Portugal produz 125.000 toneladas/ano de óleos usados... para onde vão estes resíduos?!
Como diz o meu caro amigo Orlando Castro, só acontece neste País embora a norte, cada vez mais a sul de Marrocos! Quer painéis solares?! vá ao Governo ou à Banca!!
Sr Ministro, atenda estes senhores interessados na SUSTENTABILIDADE, mande alguém do Ambiente às entrevistas, ou pelo menos, dê uma satisfação a quem quer ser ouvido!
Ainda nos vem com fantasias, que foi quem mais ajudou o País nas renováveis?!
Ajudou a Banca a Galp e os Desgovernantes! E já agora a EDP, com painéis e tudo o resto.
Por este andar, é a completa escuridão! Não há raio de sol que nos valha!
Entrevistas na TSF - Mais Cedo ou mais Tarde - João Paulo Menezes, com:
17 Abril 2008 - Filipe Alves
21 Janeiro 2009 - João Rodrigues, Iberol
27 Março 2009 - Carmen Lima, Quercus - Luís Lucas, AMI
Representantes do Governo - são sempre convidados com antecedência, mas nunca estão disponíveis.