quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gritos contra a Indiferença no Dia Mundial da Saúde

Este ano, o Dia Mundial da Saúde, que se comemora a 7 de Abril desde 1948, tem como tema "Urbanização e Saúde". Questões de salubridade, de vivência ao ar livre, de abastecimento de água, de proximidade dos serviços básicos de saúde, de distribuição de alimentação, interferem com a nossa saúde e estão interligadas com o planeamento urbanístico de uma forma que pode não parecer óbvia, mas que se torna cada vez mais importantes à medida que a população rural aumenta a sua migração para as cidades.

No entanto, apesar de o tema da urbanização ser importante, parece-me ainda muito mais importante para a saúde o tema da fome. Não há qualquer hipótese de saúde quando há fome:

Não haverá saúde das pessoas enquanto não se curar esta economia global, cujo corpo gravemente doente e moribundo alimenta e engorda os agentes infecciosos que a adoeceram e que a matam!

Por isso, proponho que leiam a mensagem do Dr. Fernando Nobre, Presidente da AMI e candidato a Presidente da República, no seu blogue Contra a Indiferença. Se há pessoa neste país que sabe de saúde mundial, é ele! Por aqui, deixo transcritos alguns partágrafos da sua mensagem:

"(...)
No dia Mundial da Saúde, impõe-se uma reflexão sobre dois temas intrinsecamente ligados e abordados pelos Objectivos do Milénio, a fome e a saúde.

Segundo o Programa Alimentar Mundial, existem, actualmente, 1.02 mil milhões de pessoas desnutridas no mundo, o que significa que 1 em cada 6 pessoas não recebe comida suficiente para ser saudável. A fome e a malnutrição são o principal risco para a saúde mundial, um risco maior que a junção da SIDA, da malária e da tuberculose.
(...)
Espero que, a partir de agora, haja a decência, a inteligência e o bom senso de encontrar os meios financeiros para se alcançar os 8 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio definidos na Cimeira do Milénio. Para tal, apenas são necessários 25 mil milhões de USD por ano, durante 15 anos (até 2015), um valor menor, se atentarmos que, segundo dados financeiros compilados pelas próprias Nações Unidas, estima-se que num ano apenas, a actual crise financeira e económica já tenha absorvido, em injecções directas de capital e em avais financeiros, 18 milhões de milhões de USD: num ano apenas foi gasto 50 vezes o que seria necessário, em 15 anos, para a concretização dos vitais ODM!

Ficam bem a nu as prioridades da péssima governação global em curso…"

Não deixem de ler o texto integral aqui.

4 comentários:

  1. É a mais pura verdade Manuela, se somos frutos do meio e este está doente, como poderemos ter saúde?!
    Beijos querida

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  2. Olá, Manuela,
    De certo modo, o tema da fome insere-se nos factores causais da morte prematura, a saber: a) meio ambiente; b) estilo de vida; c) biologia humana; d) sistema de assistência sanitária… a controversa discussão a propósito dos determinantes de saúde e das medidas preventivas universais...
    É assustador

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  3. Olá Liete
    A nossa saúde não está boa - mesmo aqueles que têm o corpo são, têm muitas vezes a alma doente - uns por tristeza, outros por revolta, e outros ainda com a ganância!
    Mas não há causa maior para a falta de saúde do mundo do que a fome. É tamabém o maior sinal de um mundo doente.
    Beijos e obrigada

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  4. Olá Jeune Dame
    Morte prematura, no caso da fome, sendo verdade, não deixa de ser um eufemismo, pois as crianças são as maiores vítimas. Não sei que caminho é este que leva um mundo que traça objectivos do milénio, e que perigosamente se afasta deles!
    Temos de mudar este mundo!

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