terça-feira, 17 de agosto de 2010

"A Deriva do Litoral" por Valdemar Rodrigues

Sobre as nossas praias e o risco de serem privatizadas com a nova onda (ou tsunami), não resisto a publicar um excerto do texto do Professor Valdemar Rodrigues, que foi publicado do DN no passado dia 11. Mas leiam o artigo todo, que está óptimo!

Nisso consiste a “Deriva do Litoral”: na destruição do arcaico mas persistente conceito de “domínio público”, e na transformação do (muito) que ainda resta do litoral português em propriedades e domínios de gestão privada, porém devidamente servidos de segurança e infra-estruturas à custa, claro está, do eterno sujeito passivo que é o povo português. Tudo o que se disser diferente disto, usando as habituais técnicas do linguajar economês tecnocrático, não passa de música celestial, anunciando eternos “amanhãs que cantam” mas nunca chegam, e mantendo sempre em nós aquela ansiedade da tartaruga de Zenão, ou do Rio de São Pedro de Moel que, por mais que corram, nunca conseguem chegar a lugar nenhum.  Acordai, escrevia o mestre Fernando Lopes Graça. Acordai antes que seja demasiado tarde. Antes que, daqui a nada,”tenhais de pagar bilhete, ou portagem, para poderdes ir a banhos”.
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5 comentários:

  1. Bom, tentativas não faltam, especialmente a Sul.
    Privatização de praias, de acessos, etc.

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  2. Mãe da Rita

    Será inaceitável que privatizem as nossa belas praias. Vou tentar manter-me informada sobre este assunto, pois se não estivermos informados, fazem tudo nas nossas costas.
    Há leis que dizem que o litoral é de domínio público.
    Mas agora virou moda fazer "leis pontuais" para contrariar as leis gerais.

    Temos de estar atentos!

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  3. Manuela Araújo,
    Privatizar as praias?! Será possível?
    Ando tão cansada de todo este desnorte que nem me apercebi de mais essa "belissima" ideia. Mas que temos que estar atentos, lá isso temos.
    E valerá de alguma coisa? Se estiverem em jogo grandes interesses bem podemos gritar.
    Não é pessimismo, é pragmatismo.
    Abraço.

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  4. Estas tentativas são feitas especialmente em praias mais "exclusivas". Os empreendimentos turísticos têm todo o interesse em interditar o acesso das pessoas de fora destes empreendimentos.
    A exclusividade é um luxo que se paga.
    Mas aqui bem perto de mim, na Quinta da Beloura passou-se o mesmo. Era supostamente para ser privado, mas esqueceram-se que pelo meio passava uma estrada local. Embora a maioria das entradas tenha segurança para "intimidar" a verdade é que qualquer pessoa pode entrar, passar, passear, etc.

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  5. Mãe da Rita, é triste que esse "costume" de privatizar o que é de todos se espalhe. São as praias... e a nível mundial, a nova vaga é privatizar a água potável, deixando povos a morrer à sede... gravíssimo!

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